Darwin tinha apenas 23 anos. Embarcou no HMS Beagle como “companheiro do capitão” (uma espécie de cargo na época). O tal capitão era um cientista, Robert Fitzroy, e aprovou o jovem naturalista para a vaga. Darwin aproveitaria a expedição para estudar a biologia e a geologia de terras pouco exploradas. A viagem durou cinco anos.
.Fui surpreendido por uma tempestade tropical. Procurei me abrigar debaixo de uma árvore, cuja copa cerrada seria impermeável à chuva comum da Inglaterra. Aqui, porém, após alguns minutos, uma pequena cachoeira descia pelo enorme tronco
Apesar da tromba d’água, ele não se abalou. Em seu diário de viagem, no dia 29 de fevereiro, escreveu que o dia havia transcorrido "deliciosamente". Mais do que isso:
.delícia é termo insuficiente para dar conta das emoções sentidas por um naturalista que, pela primeira vez, se viu a sós com a natureza no seio de uma floresta brasileira
O viajante passou o final de fevereiro e a primeira metade de março em Salvador. Sim: Darwin conheceu o Carnaval baiano. Mas, diferente de Feynman, odiou. Na segunda-feira de Carnaval, enquanto dava um rolê pela cidade, o naturalista foi atingido por bolas de cera cheias de água e ficou empapado com sacos de farinha jogados pelos foliões. "Difícil manter a nossa dignidade".
Origem das espécies brasileiras

Foram 18 dias na capital baiana. Darwin gostava de se embrenhar na floresta para coletar aves, insetos, lagartos e plantas. Até escreveu para seu pai sugerindo que plantasse um pé de bananeira na propriedade que eles tinham na Inglaterra. A árvore ficou tão grande que ocupou toda a estufa.